Há 4 anos escrevi uma postagem sobre uma cirurgia de Amigdalectomia. Até hoje recebo notificações no meu email sobre novos comentários.
Não fazia ideia de que um simples relato da minha experiência de pós-operatório alcançaria tanta gente (tá, nem é taanta gente, mas pra mim que não sou famosa nem nada, é).
Fato é que há muito tempo não escrevo no blog, e em quase todas as vezes que escrevi, precisava me desculpar dizendo que fazia muito tempo que não escrevia.... É, eu sou bem assim.
Enfim, sobre o post de Amigdalectomia... Hoje recebi alguns emails de novos comentários, como de costume, e resolvi olhar quando tinha sido a última vez que escrevi, e do que se tratava.
Escrevi sobre minha formatura. Escrevi que o Direito não foi a escolha da minha vida. Escrevi que ia procurar me conhecer melhor, e escolher uma profissão diferente.
Vamos lá. Tem coisas que só o tempo nos ensina, pequeno gafanhoto. Sempre me gabei de ser uma iiiixpertinha e sempre quis me meter a ensinar coisas sobre a vida para as pessoas (como se da vida eu soubesse bulhufas..). Não sei se isso era bom ou ruim. Toda moeda tem 2 lados, não é? Aprendi que por muitas vezes eu fui prepotente e arrogante. E a vida logo se prontificou a me colocar no eixo. Humildade se aprende na marra se não se aprendeu em casa. A vida não ensina com carinho. E se você decide não aprender nada sobre humildade grandes são as chances de você ser um babaca, com todo o respeito..
E cá estou, novamente, querendo te ensinar, caro leitor, alguma coisa sobre a vida, como se da vida eu soubesse bulhufas...
Alguns anos se passaram desde que iniciei a minha aventura por aqui, neste blog. Ah, e como esses anos mudam a gente.
Hoje não tenho a pretensão de dizer que sei mais sobre a vida. Hoje só quero escrever o que aprendo. O que vivo aprendendo.
Mas voltando ao questionamento central. Eu disse que queria me conhecer melhor. Mas sabe de uma coisa? Quando é que você pode bater no peito e dizer "EU ME CONHEÇO COMPLETAMENTE!"? Claro que existem características básicas facilmente identificáveis. Mas falo de algo relacionado a interesses que te movem, coisas que fazem seus olhos brilharem. Não sei se o normal é ser uma pessoa estática. "Sou assim, e ponto final". Mas em mim é um pouco complicado. Sou uma pessoa que muda,,. muda... muda. A cada novo interesse, a cada novo estudo, a cada aprendizagem a minha visão sobre a vida e as coisas se transforma. É difícil ser assim, sabe? Passo meses mergulhando fundo em algum assunto, depois acho outra coisa mais interessante, deixo o primeiro assunto para trás e me jogo de cabeça num mundo completamente desconhecido... Mudando meus sentidos o tempo inteiro. É difícil, sério. Tudo ao redor fica afetado, a visão sobre tudo. Mas confesso que ao mesmo tempo é apaixonante. Sinto que uma vida é pouquíssimo tempo para aprender tudo que quero.
Por vezes me pego pensando: "E se eu tivesse nascido em outro lugar? Outra época? Se falasse outra língua? Quem eu teria conhecido? Por onde teria andado? O que teria feito? E se? E se?"
Como se quisesse experimentar mil vidas só para ver como é.
Coisa de gente louca, talvez.
Mas houve um momento em que percebi que andar para cima e para baixo querendo aprender 1% de cada coisa não me faz saber muito, me faz ser ignorante de tudo. E que apesar de ter uma curiosidade absurda, minha vida continua sendo uma.
E o tempo não pára pra você se situar na Terra.
Prestei o Exame de Ordem e fui aprovada. Foi uma experiência e TANTO. Precisei passar por ela, porque tinha muito medo, coisa emocional. Mas passei.
Algo que tenho aprendido - mas que já deveria estar careca de saber - é que se vive um dia de cada vez. Parece que a ansiedade não me deixa internalizar isso de modo algum.
Mas algum dia, lá na frente, quando eu voltar pra ver esse blog, quero encontrar em letras maiúsculas isto aqui:
UM DIA DE CADA VEZ
UM DIA DE CADA VEZ
UM DIA DE CADA VEZ
UM DIA DE CADA VEZ
UM DIA DE CADA VEZ
UM DIA DE CADA VEZ
Você não tem noção do poder que o tempo tem. Da oportunidade que ele te dá a cada dia de se superar e de te fazer melhor a cada tentativa. É incrível.
Talvez foi isso que aconteceu entre o Direito e eu. Mutável do jeito que sou, perdi o interesse rápido. Mas e se volta? E se o encarar com outros olhos? Não vou pedir o divórcio. Vou viver um dia de cada vez.
É, foi o que decidi.
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