A verdade dói, mas é o remédio que você precisa.

Tenho notado, infelizmente, uma tremenda mudança ao meu redor. É uma mudança de comportamento com relação ao que eu vivi na minha fase de crescimento. Certo é que eu não tenho muita experiência de vida, no entanto, lembro bem quando um professor me disse - quando eu tinha lá meus 14 anos de idade - que uma pessoa sábia não precisa viver tudo na pele, pois aprende pelo exemplo.
Mal sabia eu que para entender o significado dessa frase eu deveria ser muito mais madura do que de fato era naquela época.
Nunca aceitando conselhos diversos do meu modo de pensar, reagindo mal a críticas, subestimando os outros - era assim que eu vivia.
E eis que a vida foi me ensinando à sua maneira - nada carinhosa - e eu desci do meu pedestal. Mas custou muito para isso acontecer e eu entender a importância da humildade.
Creio que o que aconteceu comigo há 10 anos atrás tem a mesma essência do que acontece hoje, porém, atualmente essa força está tomando proporções imensas.
Estou falando da incapacidade de olhar para si mesmo como um ser humano suscetível de erros, como um ser humano em evolução, e que PRECISA aprender mais, pensar mais, e muitas vezes MUDAR seus conceitos.
A negação da verdade de que:
1) somos humanos, logo, imperfeitos
2) não podemos ter tudo que queremos
3) não sabemos de tudo (e então, sim, VOCÊ PODE ESTAR ERRADO)
4) nem tudo que vem de nós é necessariamente bom
5) o mundo não gira ao nosso redor
.. Traz consequências péssimas.
É normal passar por uma fase dessas, afinal, faz parte da construção da identidade do indivíduo. Tal como na infância aprendemos a andar em meio a muitas quedas, em certa fase da vida vamos aprender a pensar, criticar e a nos autoavaliar.
O problema, penso eu, está na teimosia que se formou nessa geração, que basicamente se nega a ouvir a verdade e a ver que precisa mudar. O resultado disto é a grande quantidade de adultos extremamente imaturos. Uma verdadeira postergação da maturidade.
A incapacidade de lidar com problemas e aceitar críticas, faz com que estes jovens adultos busquem constantes fugas, e isso pode se converter em vícios, obsessões, criação de um mundo fantasioso.
Fruto de uma criação mimada - e aqui podemos listar muitas causas, por exemplo, o sentimento de "culpa" que os pais tem em relação aos filhos por trabalharem demais ou por viverem separados, não podendo dar a eles toda a sua atenção e dedicação presencial, e que faz com eles "compensem" essa ausência jamais negando um pedido ou então evitando entrar em assuntos trabalhosos que seriam desagradáveis...
Há mil razões.
Soma-se a isto, uma rede de
apoio a este tipo de comportamento. Digo, virou uma questão cultural. Não importa se estamos falando de um adolescente de 15 anos que não sabe nada sobre a vida. As decisões que ele tomar, por mais estapafúrdias que sejam, não serão motivo para admoestá-lo, pois isso seria "cortar suas asas", "moldá-lo conforme o padrão", "colocá-lo numa caixa".
Certamente o assunto é muito mais complexo. Mas há casos extremos que se originam na falta de limites e humildade.
A verdade se tornou maldade, pois machuca sentimentos.
De fato, ninguém gosta de olhar para si mesmo e ver uma grande falha. Mas trilhar um caminho diferente deste é basicamente viver numa ilusão, querendo ganhar da verdade na base do grito e do choro - como um bebê que ainda não entende que sim é sim e não é não.
A verdade dói, mas é o remédio que você precisa.


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