Jornada Bebê no Forninho Parte 1 - Queremos um bebê?

Olá leitoras do meu coração <3

Como prometido, estou trazendo hoje a primeira parte da jornada da minha gravidez, que começou exatamente pela pergunta que está no título deste post: 

Queremos um bebê?



Bom, eu considero muito importante que alguns assuntos fundamentais sejam discutidos entre o casal antes do casamento. É para isso que serve o período de namoro, afinal (não só para ficar dando uns amassos né). Estou falando de assuntos centrais da vida, aquelas questões da vivência humana que não podem ser ignoradas e precisam ser ajustadas com a pessoa que você pretende ter como seu cônjuge.

Ter ou não ter filhos é um destes assuntos. Também a forma como cada um vê a instituição familiar, o valor que é dado à religião, prioridades na vida, visão de futuro, comprometimento afetivo, financeiro, até onde um está disposto a ir pelo outro... Não sejamos ingênuas, não dá pra casar com alguém com o intuito de viver o resto da vida juntos sem saber se esta pessoa tem projetos individuais, se compartilhará dos mesmos sonhos com você, se quer uma família numerosa. A discussão não é tão simples quanto "você deixa a manteiga dentro ou fora da geladeira?".

Lembre-se, mulher, a decisão mais importante da sua vida é esta: quem você vai escolher para casar e ser pai dos seus filhos. Esteja atenta aos sinais, não somente às palavras.

Imaginemos que o seu namorado diz que a ama mais do que tudo na vida, que quer casar, ter filhos, ter um futuro com você. Mas, quando chega o carnaval, o cidadão dá aquele sumiço de 3 dias, e reaparece com a cara mais lavada do mundo prometendo mundos e fundos e jurando de pés juntos que isso jamais se repetirá. Ou então ele diz que te ama mais do que tudo mas não te apresenta para a família, nem para os amigos dele. Não compartilha nada com você, não dá abertura. 

No que você acredita, nas palavras ou nas atitudes dele?

Acredite nas atitudes. Quem tem boca fala o que quer, e pode mentir, e mentir muito. Mentir a ponto de arruinar a vida de outra pessoa. Não seja boba.

O ponto é: converse sobre o desejo de ter filhos antes de casar. Não há nada mais injusto para uma criança do que ter um pai que não a queira. Também é injusto com o seu cônjuge você dizer que está prevenindo uma gravidez enquanto está tentando engravidar sem o conhecimento do outro (o famoso "parei de tomar o AC sem o meu marido saber).

Vejo mulheres querendo ter filhos por tantos motivos errados. Filho não segura casamento, filho não é uma moeda, ou um objeto de barganha. Filho não é um direito ou um troféu. Um filho é uma alma. Uma alma que Deus confiou a você e ao pai para cuidar, amar e educar. Almas são eternas, por isso os filhos são a nossa herança. Uma honra e uma responsabilidade desta magnitude não pode ser reduzida a um capricho de uma pessoa imatura que decidiu ter filhos porque não quer que o casamento falido acabe.

O combinado não sai caro. Mas o que você faz no desacordo pode sair caro demais.

Um homem que não quer ter filhos e se vê nessa realidade pode ser o pior pesadelo na vida de uma mulher que acabou de se tornar mãe. 

E sim, o "peso" estará nas suas costas. Não é a sociedade machista que impôs isso, é porque alguém precisa cuidar dessa criança (para que ela não morra) e você, mãe, mulher, é o ser que possibilitou a chegada dessa vida aqui no planeta. Óbvio, ninguém faz um filho sozinho, mas invariavelmente é a mãe que nutre o pequeno feto e faz todo o caminho dele até a chegada ao mundo, é a ponte, o primeiro contato. É ela quem tem o cérebro modificado para dar completa atenção ao bebê e às necessidades dele. É a mulher que agora dorme com um olho aberto e outro fechado, com o sono leve como uma pluma, para dar todo o cuidado primário de que a nova vida necessita. 

Sim, o "peso" de ter um filho com um homem que não quer ser pai, cedo ou tarde cairá sobre você. E pode haver leis e punições que forcem o homem a auxiliar, mas isso jamais será o exercício de uma paternidade genuína. Será apenas o cumprimento de um dever, e sob coerção. E a conexão entre um pai e seu filho deve ser muito mais profunda do que isso. Para um homem, o caminho do abandono é muito fácil. Para a mulher, isso não é uma opção. Não adianta colocar a culpa no mundo.

Enfim! Desde a época do nosso namoro, meu marido e eu sabíamos que ter filhos era um desejo em comum. E que isso não deveria demorar muito depois que nos casássemos. Para nós, ter filhos seria uma bênção, uma alegria. E é a consequência natural de se entregar e amar a outra pessoa e dividir a vida com ela. É estar aberto à responsabilidade de receber uma pessoa nova em nosso meio, que será uma metade de cada um de nós e ao mesmo tempo, um indivíduo único. É fantástico ver a profundidade disso num casamento. 

Então, nós nos casamos em abril de 2019. E aproximadamente 1 ano depois, meu coração começou a apontar nessa direção. Comecei a sentir que os nossos corações estavam férteis para receber esse novo amor.

Parei de tomar o anticoncepcional. Queria preparar o meu corpo para esse momento, ver como estavam os hormônios, ver se estava tudo bem.

Com a interrupção do uso do anticoncepcional, as coisas não aconteceram do jeito que imaginei. Meu corpo respondeu com uma grande confusão hormonal, e passei meses numa montanha-russa de oleosidade, dor nos seios, inchaços, ciclos com duração muito grande, cólicas descomunais.

Algo estava errado. Eu sabia que poderia ter um efeito desse tipo ao parar de tomar o AC, que isso seria transitório, muito provavelmente. Mas, em dezembro de 2020, passados alguns meses desse furacão, resolvi investigar. Marquei consulta, marquei exame.

E o choque: Síndrome dos Ovários Policísticos. O chão se abriu debaixo dos meus pés.



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